terça-feira, 11 de novembro de 2008

Seus cabelos

Eita Londrina, rendeu muito. rsrsrs
Apesar do tanto de maconha que vi ser queimada e ter me transformado no maior maconheiro passivo da humanidade, não é esse o motivo de meus poemas serem uma viagem total. rsrsrs
Eu os releio e nem eu entendo. rsrsrs
Beijos a todos.


SEUS CABELOS

Dos meus três amores,
o primeiro foi longo, o segundo
curto e o último... ah...
esse não sei quanto vai durar.
O que mais me marca nesses amores
são os cabelos, longos ou curtos
ou escondidos dentro delas.
São eles que me faziam e faz lembrar
de modo como beijavam
abraçavam, riam e até gritavam.
Um curto, levemente encaracolado
justamente pra não combinar com a história
longa e reta,
amor e sofrimento, paixão e ciúme
curto, inversamente proporcional ao desejo,
dor, tempo sentido e chorado.
Contrário até ao tempo necessário pra ser sanado
mas finalmente lançado longe, não esquecido
vive ainda em mim, mas como filho crescido e ido.
Depois de muito tempo eu,
murcho, vazio e triste
ah! Aquela mulher linda
longos cabelos, gestos calmos
serenamente Ana.
Sensível, carente de tudo o que toca o coração
seus longos cabelos lembravam cachoeiras
linhas longas, retas, naturalmente selvagens.
Talvez seus cabelos me dissessem
- sou calma, serena, pura, mas com uma selvageria
a ser explorada, ou mesmo desnudada.
Sua pureza de onça
e eu, com minha sede
minha violência grotesca de anta.
Assustei-a, onça selvagem
selvagemente arisca.
É a assustei!
Novamente só, apesar do mundo em minha volta
Mas durou pouco, um ano? Nem isso!
Mudança de casa, gente nova
eu vi ela, terceiro tormento
não naquele momento
cabelo normal, comum demais
pra minha complicada forma de amar
simples demais pra despertar meu desejo.
Mas na segunda vez ela apareceu diferente
fantasticamente atraente, dá até medo!
Falo das minhas qualidades, e até pequenos defeitos
calejado já pela dor cardíaca, vou calmo
calculo minhas chances e fracassos.
Inseguro, sem saber a tenho me experimentando
a posse não é somente o que possuímos,
mas também aquilo que acreditamos possuir.
Dias bons aqueles em que nos amamos.
Dia horrível aquele que deixei você a esperar.
Esta me surgiu calva, mais nua que tudo.
Talvez é isso que me embriagou.
Isso que mais me feriu quando acabou.
Tomara que seus cabelos, ou não cabelos
sigam a regra do inversamente proporcional
que eu não agüento mais.

Gerinho da Terra
Londrina 11/09/2000

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