sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pobre de tudo

2ª Poesia.
E toma lá! rsrsrs

POBRE DE TUDO


Filho de pai pobre
Não pode estudar
Seu pai pediu-lhe o livro
E deu-lhe a enxada para trabalhar

De dia trabalhava na roça
De noite lamentava
Tristes calos nas mãos
E nenhum livro para folhear

Levava uma vida triste
Mas era a vontade de Deus
Quem são esses homens então?
Que no palanque e microfone na mão
- Eu resolvo seu problema, irmão!

Então seu filho nasceu
E o amou como tinha de ser
Não vai passar fome
- Nem que eu tenha que morrer!

Com o facão ele corta a cana
Pro país mais e mais progredir
O progresso não v6e, oh coitado!
O dinheiro está fora do estado...

Se o patrão xinga, ele abaixa a cabeça
Fica todo envergonhado...
Vergonha da covardia!...
Covarde não, é um pobre coitado!

Coitado não teve a sorte
Não teve cedidos os seus direitos
Sentiu na barriga a fome.

A cachaça lhe faz esquecer
A dor que lhe deu em falar:
- Me de esse livro menino!
Toma a enxada e vai trabalhar.


Gerinho da Terra
Santa Cruz do Rio Pardo – 30/06/96.

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